Maria Fernanda Lievore
A cidade de Palmeira, no interior do estado do Paraná, é conhecida pela sua história envolvendo um dos mais importantes grupos de anarquistas da América do Sul. Os moradores da Colônia Cecília vieram da Itália para trazer os pensamentos libertários ao Brasil. Porém, não é apenas pela presença destes imigrantes que a cidade recebe seu reconhecimento. Um filho de alemãs também vem fazendo história na cidade.Heraldo Gillung, de 61 anos, é conhecido pela produção da cerveja artesanal Nat Bier.
São dezenas de rótulos criados por ele mesmo em mais de 30 anos de produção, desde os mais conhecidos como a cerveja Pilsen a também os mais elaborados, como a cerveja Barley Wine, conhecida pelo seu gosto marcante e textura licorosa.
O relacionamento de Heraldo com a cerveja começou quando ele ainda era bastante novo. “Um dia, quando meus pais saíram de casa, eu consegui comprar uma caixa de cervejas Paulaner, a produção germânica mais importante do mundo, e fiquei em casa bebendo. Foram 12 garrafas em uma noite”, conta. A ressaca esperada não apareceu. Ele ficou intrigado e quis descobrir por quê a bebida havia livrado ele das dores de cabeça e estomacais.
Desde então, Heraldo tem vivido no mundo da cerveja. Durante muitos anos, ele produziu malte especialmente para as cervejas da Ambev na zona rural de Palmeira. Ao mesmo tempo, ele procurou participar de cursos que demonstrassem as técnicas necessárias, como o curso técnico de produção em chopp oferecido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. “Mesmo com os cursos, a gente aprende fazendo. Muitas coisas não são ensinadas, como o processo de pasteurização e, por isso, é preciso desenvolver as técnicas próprias para conseguir os resultados esperados”, explica.
Hoje, sua produção mensal é de 4 mil litros por mês, mas a sua cervejaria, instalada em um barracão ao lado do seu chalé, tem capacidade para 7 mil litros ao mês. Cerca de 80% da produção da cervejaria é vendida para os moradores de Ponta Grossa, cidade vizinha, e o restante é dividido entre Palmeira e Curitiba.
Todas as cervejas produzidas pela Nat Bier são puro malte, ou seja, não levam a adição de cereais não maltados que, segundo Heraldo, são os responsáveis pela traumática ressaca. “As cervejas comuns dão ressaca porque levam milho e arroz. O nosso fígado consegue trabalhar com apenas um tipo de álcool por fez, e por isso, a ressaca aparece”, afirma Heraldo. A produção segue a famosa Lei da Pureza alemã, chamada Reinheitsgebot, promulgada pelo duque Guilherme IV da Baviera em 1516.
Assim como os demais cervejeiros artesanais, Heraldo demonstra uma profunda paixão e conhecimento sobre o assunto. Para degustar, ele recebe a visita de grupos em sua pequena cervejaria, onde pode contar um pouco sobre a história da cerveja e ainda atrair novos consumidores. “É muito bom vir aqui na Nat Bier. O Heraldo prepara uma carne, a gente experimenta cervejas diferentes e ainda ganha uma verdadeira aula sobre cerveja de verdade”, diz Fernando Rodrigues. O cervejeiro também é fã da própria produção e não passa um dia sem beber uma. “Uma cerveja por dia não faz mal, é claro, se for puro malte. Além disso, a cerveja tem lúpulo, que é conservante. Logo, quem bebe, vive mais”, brinca o produtor.
Entre os rótulos mais elogiados da Nat Bier está a Nat Bier Stout, uma cerveja que é do mesmo tipo da irlandesa Guinness, considerada por muitos como uma das melhores cervejas do mundo.
Parabéns nos temos uma loja de cerveja artesanal em Francisco Beltrão PR vamos programar para irmos visitar a cervejaria para termos seu produto em nossa loja
Por favor me informe o contato, endereço desse lugar.